Estudo confirma que arquitetos pensam o espaço de modo diferente das outras pessoas.


As descobertas podem ajudar a determinar a forma como a profissão afeta a cognição espacial e como reconhecer essas diferenças pode melhorar a comunicação entre arquitetos e clientes.


Estudo confirma que arquitetos pensam o espaço de modo diferente das outras pessoas.

Arquitetos, bem como pintores e escultores, pensam e descrevem os espaços de forma diferente de outras pessoas, é o que aponta um novo estudo da UCL e da Universidade de Bangor. Embora a conclusão possa parecer um pouco óbvia, o estudo apresenta evidências de que a profissão escolhida por uma pessoa pode afetar a maneira como o seu cérebro opera.

O estudo, intitulado Sculptors, Architects, and Painters Conceive of Depicted Spaces Differently, convidou 16 pessoas destas três profissões (arquitetura, escultura e pintura) com pelo menos 8 anos de experiência em seus campos, para serem comparadas com 16 outros participantes. A cada participante foram apresentadas três imagens, uma imagem do Google StreetView de Londres, uma pintura da Basílica de São Pedro e um ambiente surreal gerado por computador. Foram então feitas uma série de perguntas:





- Você poderia descrever o ambiente que vê nesta imagem?

- Como você exploraria o espaço nesta imagem? Onde você iria?

- Se você pudesse, como mudaria o ambiente nesta imagem?

As respostas foram então analisadas usando uma técnica chamada Análise de Discurso Cognitivo (desenvolvida pela co-autora do estudo, a Dra. Thora Tenbrink), que visa mapear o processo subconsciente de pensamento ligado às escolhas linguísticas de quem fala.

"Ao observar a linguagem de forma sistemática, encontramos alguns padrões consistentes que se mostraram bastante reveladores", disse a Dra. Tenbrik.

No estudo, percebeu-se que os arquitetos descreviam os limiares e os limites do espaço percebido, falando sobre a cena como se fosse uma realidade tridimensional habitável, em vez de uma composição bidimensional. Além disso, enquanto os pintores se referiam a elementos na parte posterior das imagens como "fundos", os arquitetos preferiam usar o termo mais dinâmico "fim", como se o espaço pudesse ser visto ao longo de um caminho visual (por exemplo, "fim da estrada" em vez de "fundos da estrada"). Arquitetos também passaram mais tempo discutindo a materialidade dos espaços apresentados.





As descobertas podem ajudar a determinar a forma como a profissão afeta a cognição espacial e como reconhecer essas diferenças pode melhorar a comunicação entre arquitetos e clientes.

"Em seu trabalho cotidiano, artistas e arquitetos têm uma maior consciência de seus arredores, o que parece ter uma profunda influência na forma como eles concebem o espaço", disse a autora do estudo, Claudia Cialone. "Esperamos que nossa pesquisa leve a outros estudos sobre a cognição espacial de outros campos profissionais, o que poderia ajudar a criar novas formas de entender, representar e comunicar o espaço para nós mesmos".

Via Science Daily.

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