Turmas mal comportadas tem levado professores a níveis alarmantes de estresse.


Turmas mal comportadas tem levado professores a níveis alarmantes de estresse.

Turmas mal comportadas tem levado professores a níveis alarmantes de estresse, exaustão emocional, depressão, cansaço crônico e frustração…

No passado professores tinham que lidar com alguns alunos difíceis por turma, mas hoje as coisas se inverteram, e o que era exceção aos poucos foi se tornando a regra. Professores estão tendo que lidar com turmas fora de controle o tempo todo, em alguns casos, com 70% ou mais de alunos mal comportados por sala, sem respeito por regras e que desprezam qualquer tipo de autoridade. 

Colocar limites em um ou dois alunos é uma coisa, mas em turmas inteiras todos os dias é outra completamente diferente. Ter que lidar com essa situação o tempo todo tem gerado um rápido esgotamento nos professores, o que geralmente ocorre quando um profissional se sente altamente estressado, emocionalmente exausto, cansado e indiferentes sobre o que acontece aos alunos.





Jovens rebeldes na escola são vistos em cada geração, e, embora a rebelião raramente dure até a idade adulta, pode ser difícil saber as razões por trás do comportamento disruptivo. Alterações no desenvolvimento do cérebro, hormônios, estresse e pressão dos colegas, todos desempenham sua parte em dar a um jovem uma razão para agir desafiadoramente. 

Mas então o que mudou nos dias de hoje? É difícil explicar, visto que os motivos são diversos, mas o que tem sido consenso entre especialistas é que o grande aumento de famílias desestruturadas tem consequentemente gerado uma quantidade maior de crianças e adolescentes levando uma vida sem regras e limites básicos. E mesmo em famílias consideradas estáveis, a maioria dos pais trabalham a semana toda e não tem tempo de educar corretamente seus filhos. Seja como for a responsabilidade de colocar limites e regras tem ficado cada vez mais com o professor.

De acordo com estudos, a maioria dos professores experimentam estresse no trabalho pelo menos duas a quatro vezes por dia, com mais de 75 por cento dos problemas de saúde dos professores atribuídos ao estresse. Em muitas escolas ainda é comum colocar toda a responsabilidade no professor, ao dizer principalmente que o professor não tem controle de turma como um tipo de limitação profissional. Não tendo a quem recorrer e ainda com medo de ser demitido, o stress do professor aumenta e a queda no rendimento do profissional é inevitável, o que em muitos casos leva o profissional a perder o emprego.  “É mentalmente e fisicamente desgastante. É onerosa e demorada. 

É implacável e aparentemente interminável”, esse foi o comentário de um professor de ensino médio que já lidou com muitas turmas difíceis.





Professores são seres humanos, e há um limite para se expor uma pessoa a níveis altos de stress. ‘A vida em sala de aula tem uma natureza excepcionalmente estressante “, disse Stan Gilmore, do Instituto de Aconselhamento, em uma reportagem do The Guardian. “Os professores nunca podem baixar a guarda e são obrigados a exercer um nível de controle incessante sobre mais de 30 alunos. “A maioria dos professores, vão testemunhar que em algum momento em sua carreira de docente têm encontrado dificuldades em lidar com a pressão implacável para manter a ordem, levando ao tipo de exaustão emocional coloquialmente conhecido como um” colapso mental “.  

John Bangs, chefe de educação na NUT, está preocupado com o impacto de tal pressão. Ele apontou para o suicídio, em julho passado, de Jed Holmes que foi encontrado morto, envenenado por monóxido de carbono, na véspera de uma inspecção. Colegas dele na escola primária em que trabalha, disse que os resultados do exame da escola tinham caído ligeiramente na sequência de uma ingestão de alunos extras e que Holmes tinha sido diagnosticado com depressão ligada ao estresse no trabalho. 





“As consequências humanas deste estresse excessivo sobre os professores são graves e de grande alcance”, disse Bangs. ‘Eles podem incluir sintomas físicos, mas também questões de saúde mental, incluindo ansiedade, depressão, insônia, a síndrome de burnout e um aumento do risco de suicídio.

O cenário que o professor como um todo enfrenta é de baixa remuneração, superlotação das salas de aula, aumento da indisciplina e do desrespeito, desvalorização social e  falta de estrutura e de recursos nas escolas. Essa pressão tem tido repercussões, esses profissionais não estão apenas deixando a profissão mais cedo, mas cada vez menos estão entrando nela. 

Um estudo recente descobriu que 40 por cento dos professores esperam deixar o ensino nos próximos cinco anos. E muitos já colocam a carreira no ensino escolar como temporária, até que oportunidades melhores apareçam, como por exemplo, ingressar como docente em uma faculdade pública ou particular, onde o salário é mais atrativo e as possibilidades de crescimento profissional são maiores. 





A verdade é que não importa quantas reformas se faça na educação, a qualidade vai continuar caindo até que a carreira de professor seja verdadeiramente valorizada.

Fonte e Texto: Contratandoprofessores


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