A solidão que ninguém vê...


A solidão não é simplesmente solidão, há na verdade três tipos de solidão que em algum momento da vida, hão de atingir o ser humano:

1) Solidão Social

Experimentamos quando pessoas que nos são especiais se afastam de nosso convívio. Lutamos para ter algo de bom e belo ( carro, casa, diplomas ) entretanto, ainda não foi inventado algo tão caro quanto o afeto, que pode ocorrer em forma de retribuição e reconhecimento de outros a medida que nos doamos. Pode ser que este retorno demore a ocorrer, ou nunca ocorra. Por isso, com frequências as pessoas mais íntimas e próximas a nós, são as mesmas que nos causam angústia e nos apresentam a solidão social. Para diminuir a solidão social, a saída é diminuir a expectativa do retorno.

2) Solidão do Auto abandono

Muitos pacientes se assustam quando pergunto como vai o relacionamento delas com elas mesmas e se estão se amando? Sr estão dedicando tempo para desfrutarem de sua própria companhia? Estão se olhando no espelho para ver as necessidades além da aparência? Saiba que a solidão do auto abandono é mais cruel que a solidão social. Ela vai ocorrer sempre que virarmos as costas para nossa qualidade de vida, para nossos sonhos e projetos. Sempre que trabalharmos demais e não desfrutarmos de férias, não cuidarmos do corpo, da saúde e das emoções. Quando nos negligenciamos viramos carrascos e nos culpamos por tudo que dá errado conosco. Quando os queridos nos abandonam sofremos muito, porém, quando nós nos abandonamos a ferida é bem maior. Se não resolvermos a questão de nosso próprio abandono, como estaremos aptos para fazer alguém feliz?

3) Solidão Paradoxal


Esta solidão é mais complexa e pode gerar a solidão social e solidão do auto abandono. Está ligada à natureza virtual intrínseca da consciência humana. O pensamento é virtual e não abarca a realidade do objeto pensado, isso torna o ser humano um ser solitário demais. Imagine-se diante de uma paisagem deslumbrante sem contudo ter com quem compartilhar a visão que lhe tira o fôlego? Somos seres que existimos a medida que falamos, e que, para termos uma ideia real do objeto, muitas vezes precisamos de comunicação . Essa necessidade de compartilhar até mesmo sentimentos de dor a alegria como uma uma forma de compreensão, leva o ser a tornar-se um ser social.

Agora você pode fazer uma análise e responder com sinceridade para você mesmo: que tipo de solidão tenho experimentado, os outros me deixaram ou eu me deixei .... Se eu me deixei, até que ponto fui responsável para que os outros também me abandonassem?

Gilsemeire Campos
Psicóloga / Coach

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