Número de professores com transtornos mentais dobra no Brasil, diz pesquisa

Condições de trabalho e maus tratos por parte dos alunos são alguns dos principais motivos para que o número de professores com transtornos mentais dobre no Brasil, 
diz pesquisa.


Uma recente pesquisa divulgada pela Globonews afirmou que o número de professores de escolas estaduais afastados por transtornos mentais ou comportamentais quase dobrou entre 2015 e 2016. De acordo com a apuração no ano de 2015, cerca de 25.849 professores apresentaram algum tipo de problema. Em 2016 esse números chegou a 50.046. No ano de 2017, até setembro, houve 27.082 afastamentos de docentes.

Outra pesquisa realizada pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) com mais de 100 mil professores e diretores de escolas do segundo ciclo de ensino fundamental revela que o Brasil é o país que tem o maior índice de violência contra professores.

A enquete foi feita com 34 países e constatou que 12,5% dos professores brasileiros já foram vítimas de agressões verbais ou intimidação de alunos pelo menos uma vez na semana.

Outro pesquisa denominada Trabalho Docente na Educação Básica do Brasil revela que depressão, ansiedade, nervosismo e estresse são algumas das principais causas que levam ao afastamentos de professores. Em declaração a Confederação Nacional dos Trabalhadores da Educação (CNTE) afirma que a categoria sofre muito estresse devido à quantidade de alunos em sala de aula, baixa remuneração e pelas más condições de trabalho.


Os professores acreditam que muitas vezes o comportamento dos alunos nas escolas é reflexo de uma falta de estrutura em casa. “Nós vivemos uma situação em que os alunos hoje estão muito largados, sem a família.”

Professores também relatam que a relação dos pais com a escola mudou. “Vai falar para um pai que o filho dele dá problema. Você tem até medo”, afirma Luciana Gomes Lourenço Teodoro, professora de história e sociologia do ensino infantil e fundamental. Luciana abandonou a carreira de advogada para lecionar, mas após uma agressão física e ameaça de morte, ela pediu exoneração e trabalha com ensino fundamental. “Você entra numa sala de aula e fica em pânico, se vai acontecer alguma coisa. O professor só quer ser amado, reconhecido.”


Priscila Cruz, presidente-executiva da ONG Todos pela Educação, explica que o docente precisa de estrutura no trabalho. “Ele é um profissional que está ali, se desgastando emocionalmente por falta de instrumento, da sua formação, e por falta de condições de trabalho.”

Para Wilson Levy, a educação “é um desafio da sociedade”. “A origem do conflito está aí, está em tecidos sociais, em relações sociais fragilizadas, que repercutem na forma de conflitos dentro das escolas.”

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