5 dúvidas frequentes sobre a Síndrome de Down, conhecida como o cromossomo do amor.




5 dúvidas frequentes sobre a Síndrome de Down, conhecida como o cromossomo do amor.



Especialista responde aos principais questionamentos feito pelos pais e por pessoas próximas às crianças com a síndrome. Conhecê-la é o melhor caminho para estimular o potencial dos pequenos.

Por Lilian Kuhn






Nosso corpo é formado por inúmeros órgãos, tecidos e músculos, que, por sua vez, são formados por milhares de células. Em geral, as células têm 46 cromossomos. Em algumas pessoas, porém, e por uma causa ainda desconhecida, na hora da concepção as células se formam com 03 cromossomos 21, totalizando 47 cromossomos. Tal condição genética é chamada de Síndrome de Down (SD) ou Trissomia do cromossomo 21. No Brasil, a taxa de nascimento de pessoas com esse perfil genético é de aproximadamente 01 para cada 700 bebês.


As crianças com Síndrome de Down têm algumas características físicas e comportamentais muito semelhantes e, geralmente, são muito afetuosas, por isso as pessoas fazem uma analogia do cromossomo extra a uma porção extra de amor. Lindo, não? Mas, muitas e muitas vezes o preconceito e a falta de informação da população aumentam os desafios e causam desconforto em famílias de crianças com tal condição. Para desmistificar um pouquinho o assunto, apresento abaixo as dúvidas mais comuns sobre a Síndrome de Down:

Dúvida 1: “Deu tudo certo no nascimento do meu bebê com síndrome de Down e já chegamos em casa. Então agora é esperar e iniciar os acompanhamentos do meu filho aos dois anos de idade?”

A equipe de estimulação precoce é composta de Fonoaudiologia, Fisioterapia e/ou Terapia Ocupacional. Além desses, outros profissionais envolvidos no acompanhamento do seu filho (desde bebê até maiorzinhos) devem ser: médicos de diferentes especialidades (Ortopedia, Cardiologia, Neurologia) e de terapias complementares (Hidroterapia, Equoterapia, Psicopedagogia, Psicologia).

Dúvida 2: “Eu vou conseguir amamentar meu filho?”

Na verdade o sucesso da amamentação não é garantido para ninguém e essa condição genética não é, a princípio, um impedimento. Talvez, por causa da hipotonia global e alteração do posicionamento da língua, podem sim haver dificuldades. Mas uma fonoaudióloga especialista em amamentação pode contribuir para um processo de amamentação de sucesso!


Dúvida 3: “Meu filho com síndrome de Down parece não ouvir direito. Isso é comum?”

Ao nascer, o recém-nascido com essa condição genética passará por alguns exames e um desses deve ser a triagem auditiva neonatal. Além disso, e independentemente do resultado do teste da orelhinha, as pessoas com SD devem realizar avaliações audiológicas semestrais para acompanhar as condições do Sistema Auditivo, visto que o Ministério da Saúde (Diretrizes de Atenção às Pessoas com Síndrome de Down, 2013) apontou que, cerca de 75% das pessoas com essa condição genética tem episódios de perdas auditivas (temporárias ou permanentes). A causa mais comum é ter infecções auditivas (as famosas otites – leia mais sobre Perdas Auditivas aqui).






Dúvida 4: “Meu filho com Síndrome de Down vai falar?”

Não é possível dar um parecer definitivo (afirmativo ou negativo) para nenhuma criança com nenhuma condição específica. O que sabemos, a priori, é que as crianças com Síndrome de Down, em geral, apresentam alteração nas diferentes funções (em apenas algumas ou em todas - Respiração, Sucção, Mastigação, Deglutição) e do tônus muscular das estruturas do sistema sensório motor da região orofacial (lábios, língua e bochechas), que são essenciais para uma adequada produção dos sons de fala. Além disso, o quadro de atraso no desenvolvimento de linguagem oral é recorrente e algumas crianças começam a falar a partir dos 03, 04 anos.

Dúvida 5: “Como um fonoaudiólogo pode auxiliar o meu filho?”

O fonoaudiólogo inicia o trabalho com pessoas com Síndrome de Down logo nos primeiros meses de vida do bebê para auxiliar na amamentação, mastigação e estimulação precoce de linguagem. Sabendo-se que há possibilidade de haver um atraso no inicio do desenvolvimento de linguagem, o profissional da fonoaudiologia, em conjunto com a equipe multidisciplinar e a família, deverá focar no estabelecimento de uma comunicação efetiva (independentemente de linguagem oral), através de um sistema de comunicação alternativa, LIBRAS e/ou escrita. Em paralelo, um trabalho específico para garantir uma melhor articulação dos sons poderá ser feito. Ainda, como em todas as características do quadro sindrômico, podem existir (ou não) alterações em diferentes graus e/ou níveis das habilidades linguísticas e de produção de fala.



E não esqueçam:






A intervenção precoce faz toda a diferença! Não espere uma eventual dificuldade aparecer para trabalhar nela... Vamos agir preventivamente e em todas as áreas possíveis!

Os pais sãos os melhores “estimuladores” que um filho pode ter! Estude, pesquise, pergunte e mãos à obra! Quer mais informações? Procure Associações de Pais e Profissionais de pessoas com Síndrome de Down (Já conhecem o site do “Movimento Down”?)

E, principalmente, não estigmatize as pessoas com Síndrome de Down. Essa condição genética (não é doença!) pode trazer grandes desafios para a vida diária e para a aprendizagem, mas todas essas pessoas podem se desenvolver, adquirir autônima e viver bem e de forma autônoma também!


Fonte: revistacrescer.globo.com


Compartilhe com seus amigos !!!





Nenhum comentário

Tecnologia do Blogger.