9 Mitos que impedem uma visão clara do que é a esquizofrenia.


                                                               Cena do filme As Três Faces de Eva.

9 Mitos que impedem uma visão clara do que é a esquizofrenia.

Nenhuma doença está envolta em uma aura tão misteriosa e mística quanto a esquizofrenia. Desafortunadamente, isso dá lugar a uma quantidade incrível de conceitos absurdamente errôneos. Neste post nós tratamos de desmistificar algumas informações incorretas que circulam por aí sobre a questão

Para o final deste texto, guardamos o mais interessante: como reconhecer essa doença e se realmente vale a pena confiar nos testes que circulam na internet sobre o assunto. Porém, vale ressaltar, apenas profissionais da área da saúde, sejam eles psicólogos ou psiquiatras, são aptos a dar diagnósticos sobre doenças mentais.





Mito 1: o principal sintoma da esquizofrenia é a divisão da personalidade



O nome da doença vem do grego e significa “cisão da mente”, mas isso não significa necessariamente a divisão da personalidade. Ou seja, nem todos os esquizofrênicos escutam vozes ou são sujeitos que têm em si várias personalidades.

Tal dissociação pode afetar, por exemplo, as emoções: uma pessoa pode odiar qualquer coisa de todo coração e, depois de cinco minutos, trocar sua raiva por misericórdia. Ou chorar pelos peixes mortos de um aquário e ficar indiferente à morte de um ente querido.





Mito 2: a esquizofrenia é uma doença rara

Cena do filme A Cabana

Na verdade, 1% da população tem esquizofrenia, o que não é tão pouco. Tomando-se por exemplo a hemofilia, da qual muitos já ouviram falar. Sua variedade mais comum, a hemofilia A, atinge um a cada cinco mil ou até dez mil homens. No caso da esquizofrenia, a cada mil pessoas são registrados mais ou menos cinco casos da doença.





Mito 3: as pessoas que sofrem de esquizofrenia são imprevisíveis, o que faz delas um perigo

Cena do filme Benny & Joon.

Uma lenda na qual nos cremos graças aos filmes de Hollywood e novelas. Os esquizofrênicos não são mais agressivos do que qualquer um de nós, e, não raramente são as vítimas, não os agressores. Alguns pacientes têm comportamentos antissociais, mas isso pode ser normalizado com a ajuda de medicamentos.





Mito 4: o mais terrível da esquizofrenia são as alucinações e delírios

Sim, as alucinações e as falsas conclusões (delírios) seguidamente provocam uma série de comportamentos estranhos no paciente, o que o obriga a visitar um psiquiatra.

Na atualidade, as alucinações são tratadas com relativa facilidade, em razão da vasta seleção de medicamentos efetivos, ios antipsicóticos. O maior problema para os pacientes são os sintomas classificados como negativos: são características, ou traços pessoais que o paciente tinha antes, porém com o desencadeamento da doença passa a não ter mais, ou seja, o sintoma pode ser letargia, catatonismo, ou até apatia, que influenciam diretamente as relações sociais.

Mito 5: apenas os esquizofrênicos ouvem vozes

Se você às vezes ouve vozes em sua cabeça, saiba, é normal. As alucinações auditivas são percebidas entre 5% e 15% dos adultos, talvez até mais, já que muitas pessoas não admitem por medo de ser rotuladas como loucas. Com frequência especial esse fenômeno pode ocorrer com indivíduos sob estresse ou fadiga, e geralmente antes de dormir.





Mito 6: a esquizofrenia é um peso para toda a vida

É uma questão de sorte ou azar. É certo que há pessoas que têm a vida arrebatada pela doença ainda que sob tratamento, mas trata-se da minoria. Segundo dados estatísticos, 25% dos paciente (e isso é muito) têm o primeiro e único episódio psicótico e vivem o resto de suas vidas sem ter recaídas nem ter de recorrer a medicamentos.

Outros pacientes devem ser medicados, mas os sintomas se remitindo em uma década, e, com isso, podem voltar a viver uma vida completamente normal no trabalho e nas relações familiares. Há, ainda, outros que sempre sofrerão de transtornos mais leves, mas que tampouco devem afetar muito sua qualidade de vida.


Mito 7: alguns esquizofrênicos são geniais

A esquizofrenia ajuda na criatividade? Esta pergunta pode ser respondida com um sim ou um não. Por um lado, como qualquer outra doença ela pode reduzir a qualidade de vida de uma pessoa (mas não sempre, como explicamos no parágrafo anterior).

Por outro, de fato existem semelhanças entre os processos de pensamento de pessoas com esquizofrenia e das super criativas: ambas têm poucos receptores de dopamina no tálamo, o que reduz bastante o nível de filtragem dos sinais que passam do tálamo ao córtex cerebral. Isso sim pode provocar flashes de criatividade.

Ainda que fosse assim, a esquizofrenia é uma doença e, como qualquer doença, não pode, de jeito nenhum, ser idealizada.

Mito 8: a esquizofrenia se desenvolve rapidamente



A doença progride lentamente e não é notada de imediato. Os primeiros sintomas geralmente parecem ser bastante inocentes: dificuldades para estudar e trabalhar, problemas de comunicação e concentração. Quase todos podemos ter esses “sintomas”. Porém depois a pessoa pode começar a ouvir vozes, ou melhor, um sussurro apenas audível. Esta é a etapa em que a doença pode ser tratada da melhor maneira.

Em um número reduzido de pacientes a esquizofrenia se desenvolve rapidamente após o primeiro episódio.

Mito 9: os testes de esquizofrenia que circulam na internet são bobagem

Provavelmente você já deve ter escutado sobre o teste de esquizofrenia que se transformou em algo assim como um meme na Internet: “O que têm em comum uma bota e um lápis?” Também escrevemos sobre ele aqui. Apesar da sua aparente superficialidade, o teste é usado em hospitais psiquiátricos e pode ajudar a reconhecer mudanças sutis na mente que dão indícios de quadros de esquizofrenia

O teste funciona da seguinte forma: ao pedir para que uma pessoa compare um par de conceitos facilmente comparáveis (um avião e um trem, por exemplo), qualquer pessoa dirá o que eles têm em comum: trata-se de meios de transporte.

Se compararmos conceitos incomparáveis (uma bota e um lápis) a maioria não observará nada em comum entre ambos, mas o esquizofrênico será capaz de estabelecer uma comparação levando em consideração traços não evidentes e responderá que tanto o lápis como a bota deixam marca.

Ou, por exemplo, um navio e uma chaleira, que têm em comum? O esquizofrênico prontamente responderia: “O vapor”.

Como você pode ver, as respostas dos esquizofrênicos podem ser muito criativas. Outro exemplo é o teste de Rorschach.


O que você vê na imagem acima? As respostas das pessoas consideradas “normais”, como sempre costumam ser bastante predizíveis.





O autor deste texto também não muito original: vê uma mariposa, um morcego ou o Batman. Certamente alguém pode se passar por muito criativo e espremer a mente para criar associações mais interessantes. Mas o objetivo do teste de Rorschach está exatamente em analisar as primeiras associações “não forçadas”.

Um paciente com esquizofrenia pode ver aqui um coelho, arrastando duas mulheres com casacos de pele. Falando a linguagem dos psiquiatras, esses pacientes prestam muito pouca atenção à mancha em si, e se dedicam a criar associações que se desenvolvem no excesso. Assim, por exemplo, um paciente conseguiu reconhecer na mancha um morcego, mas o descreveu como “cansado surdo e velho”.


Assim fazer testes na Internet pode ajudar, sempre lembrando que o diagnóstico preciso só pode ser dado por um profissional especializado.
Acreditamos que nossa matéria possa tê-lo ajudado a diferenciar os esquizofrênicos de pessoas originais e excêntricas, fazendo deste texto conhecimento para gerar mais empatia e compreensão sobre a doença e para com os que dela sofrem.
Fonte: Incrível.club 

Compartilhe com seus amigos !!!!







Nenhum comentário

Tecnologia do Blogger.