Depressão na Terceira Idade: O Que Leva os Idosos a Ficarem Depressivos?


Depressão na Terceira Idade: O Que Leva os Idosos a Ficarem Depressivos?

O mês de Janeiro, foi um mês dedicado ao cuidado da saúde mental.

Com a Campanha Janeiro Branco, vários psicólogos do Brasil inteiro dedicaram um tempo para falar da importância do cuidado das emoções, da saúde mental como prevenção e também como forma de conscientização da população para a construção de uma vida mais saudável, com equilíbrio, qualidade de vida e bem estar. Depressão na Terceira Idade

Uma das propostas da Campanha é promover o debate e a discussão da importância que a Saúde Mental tem em nossas vidas.

A Campanha Janeiro Branco foi criada em 2014 pelo psicólogo Leonardo Abrahão, de Minas Gerais e ganhou força em 2016 nas redes sociais com imensa divulgação dos profissionais, com intuito de divulgar a importância do cuidado da mente, mostrando que o cuidado com o outro e o falar de saúde mental pode ser feito em praças, parques, escolas, empresas, igrejas e em quaisquer lugares onde haja um espaço e oportunidade para um profissional da saúde Psi falar sobre a saúde mental.





Janeiro é um mês naturalmente reflexivo e terapêutico, no qual em Dezembro muitos projetos são encerrados e vários pedidos são feitos para um novo ano que se inicia.

E  é no mês de Janeiro que vemos uma oportunidade de colocar em prática nossos desejos e sonhos.

E iniciar como uma folha de papel em branco, por isso a escolha da cor Branca, para oportunizar 365 dias deste novo ano que começa, sendo sujeitos da própria história. 

Um dos objetivos é fazer que se rompa com o estigma e estereótipo que psicologia é para poucos, elitizada e para loucos. 

A psicologia está a  serviço da sociedade, uma sociedade adoecida que a cada ano percebe-se disfuncional, com inversão de valores, intolerância, aumento de agressividade, doenças que incapacitam, estresse e comportamentos auto destrutivos.

É necessário compreender o sujeito que adoece, seja ele de uma determinada classe social, raça, gênero, orientação sexual e idade, mas que acima de tudo é um SER HUMANO.





O ano de 2016 foi um ano muito difícil para todas as pessoas, com a chegada da crise financeira, mudança econômica e política que mexeram com a tranquilidade de muitas famílias que perderam seus empregos, diminuindo a renda, com mudança de padrão de vida e orçamento apertado, que contribuíram para o estresse, desentendimentos, brigas e desiquilíbrio na harmonia familiar.

Nitidamente, foi percebido um aumento nos casos de depressão, transtornos de ansiedade e até mesmo relatos de suicídio em membros da família devido à crise financeira que abateu as famílias brasileiras no ano passado.

Pensando em Saúde Mental, qualidade de vida e bem estar resolvi escrever o tema deste mês da coluna sobre Depressão na Terceira Idade.

É um tema delicado, muito mais comum do que se imagina, e atual com o aumento de casos de sintomas depressivos acometendo os idosos.





Muitas vezes vemos idosos, quietos, calados, que pouco interagem no seu cotidiano familiar e na correria do dia a dia, a família não percebe ou não enxerga que aquele membro ali está passando por uma situação que necessita de acolhimento, carinho e até mesmo cuidado profissional.


O idoso por vezes se sente impotente frente a sua condição de estar velho, revelando uma fragilidade natural e uma  dificuldade em lidar com sua perda de autonomia, que em muitos casos o obriga a se tornar dependente de alguém.

E em muitos casos, os familiares e o cuidador não conseguem  compreender  a velhice, e o idoso se vê impossibilitado de exercer suas funções básicas, do cotidiano, como andar, ler, ouvir música, enfim e ele se percebe um  dia, VELHO gerando no idoso um estado mais depressivo e melancólico.

Tal sofrimento no idoso é determinante para sua qualidade de vida, ele percebe-se com lapsos de memória, dificuldade para andar, sintomas compatíveis com demência falta de memória e começam a surgir uma tristeza, um isolamento, uma perda do sentido da vida, e isso vai aumentando dia após dia e com o passar do tempo, o idoso verbaliza: QUERO MORRER, JÁ ESTOU PERTO DA MORTE!




Será essa morte um lamento com a proximidade da finitude ou com a falta de autonomia ou perda dela? 

“o sofrimento nos ameaça a partir de três direções: do nosso próprio corpo ,condenado à decadência e a dissolução e que nem mesmo, pode dispensar o sofrimento e a ansiedade como sinais de advertência; do mundo externo, que pode voltar-se contra todos nós com forças de destruição esmagadoras e impiedosas; e finalmente de nossos relacionamentos com os outros homens. O sofrimento que provém dessa última fonte de talvez nos seja mais penoso do que qualquer outro.”( FREUD, 1929)


A depressão no idoso é algo mais preocupante pois além de ser uma doença incapacitante, com perda do sentido da vida, sintomas como tristeza e choro fácil, vem carregada também de uma angústia, sofrimento com a proximidade do fim da vida, onde o idoso se dá conta que ele está muito mais próximo de uma morte iminente.

Ela é causada por diversos fatores que acarretam prejuízo psicológico, comportamental, social, biológico, familiar.

Refletindo sobre a citação de Freud acima, percebe-se que o que  causa maior sofrimento são as relações que estabelecemos com os outros, portanto há um investimento do indivíduo no cuidado com os filhos, netos, porém muitos na velhice inversamente são esquecidos, deixados de lado, ocasionando um sentimento de ser um peso ou estorvo.




Há também um desinvestimento da família neste membro, causando nele tais sentimentos de desamparo, lamentação, sofrimento e tristeza aliado a ociosidade, percepção da diminuição da sua autonomia e capacidade de decisão, dificuldade de memorização, sentindo-se as vezes sem utilidade nenhuma.

Alguns pontos são importantes para refletir sobre a chegada da Terceira Idade e contribuir para uma qualidade de vida maior, diminuindo a chance de sintomas depressivos ocorreram entre os idosos: 

-Ter uma rede de apoio familiar, no qual a família deve estar presente, apoiando o idoso, fazendo-o com que ele participe das tarefas de casa e tomada de decisões;
-Ter uma rede de apoio social, com amigos, mantendo um círculo de amizades;
-Atividades físicas de baixo impacto que auxiliam na parte física, motora, cognitiva e socialização;
-Atividades prazerosas que contribuem para o bem estar do idoso, desde oficinas, música, artesanato, associações de bairro ou grupos religiosos como forma de interação social, resgate de memória e vivências do passado.

Lembrando que todos estes pontos devem ser praticados por todos nós ao longo da nossa vida, não apenas na Terceira Idade ou após a aposentadoria.

Uma vida feliz, mais saudável é iniciada na juventude como forma de prevenção   e  investimento portanto, invista em você, faça agora, faça já!!!

Fonte:O Psicologoonline Roberta Almeida



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