Duas barragens do RS aparecem em lista de estruturas que oferecem risco.



Duas barragens do RS aparecem em lista de estruturas que oferecem risco.

Reservatórios foram citados em relatório da Agência Nacional de Água (ANA) divulgado em novembro.

Duas barragens no Rio Grande do Sul aparecem em relatório da Agência Nacional de Água (ANA) divulgado no dia 19 de novembro de 2018 por apresentar risco de rompimento: os reservatórios Capané, em Cachoeira do Sul, e Santa Bárbara, em Pelotas.





O levantamento está baseado em dados de 2017. No estudo anterior, referente a 2016, nenhuma barragem gaúcha estava entre as estruturas que necessitam de reparo para evitar possíveis acidentes. Porém, não significa que as estruturas pioraram — na realidade, o processo de monitoramento vem sendo ampliado.

Em todo o país, 45 barragens apresentam risco de sofrer rompimento — no ano anterior, eram 25. Entre essas barragens, não estava a de Brumadinho, que se rompeu em 25 de janeiro de 2019.


Para mapear a vulnerabilidade das barragens, a ANA solicitou dados de 32 entidades fiscalizadoras. No Estado, a responsabilidade é da Secretaria do Ambiente e Desenvolvimento Sustentável.

De acordo com Fernando Meirelles, diretor do Departamento de Recursos Hídricos da secretaria estadual, não há motivo para alarde:

— Risco sempre há, mas estamos monitorando essas obras e não temos indícios de acidentes a partir das providências que temos tomado. Mas mantemos os empreendedores em estado constante de alerta.

Construída no final da década de 1940 pelo Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), a Capané teve os primeiros problemas identificados em 2015 — entre eles, infiltração e ausência de equipamento medidor de vazão da água. Para evitar acidentes, a barragem vem sendo mantida a 12 metros de altura, seis a menos do que o seu limite.

Hoje, a Capané beneficia 35 produtores rurais na irrigação de lavouras de arroz. Para consertá-la, o relatório da ANA calcula uma despesa de R$ 15 milhões. Meirelles, no entanto, considera o valor "modesto" diante da complexidade dos serviços necessários. Desde a identificação das falhas, o uso da estrutura pelo Irga está condicionado ao envio de relatórios de monitoramento.

Já a de Santa Bárbara, administrada pelo Serviço Autônomo de Abastecimento de Água de Pelotas (Sanep), opera para abastecer o município da Região Sul. O seu reparo — como a colocação de uma comporta que nunca funcionou — tem custo estimado em R$ 10 milhões e depende da conclusão de uma obra de abastecimento no Canal São Gonçalo para oferecer uma alternativa de fonte de água à cidade.





Um dia após a Agência Nacional de Águas (ANA) divulgar que a barragem Santa Bárbara teria risco de rompimento, o presidente do Serviço Autônomo de Saneamento do município, órgão responsável pela barragem, afirmou que melhorias foram feitas desde que os dados que embasam o estudo da ANA foram coletados. 

 Segundo o presidente do Sanep, Alexandre Garcia, diversos reparos foram realizados no começo de 2018, seguindo as recomendações do Departamento de Recursos Hídricos da secretaria estadual.

— Ano passado, equipes do departamento estiveram aqui em Pelotas e apontaram uma série de obras que deveriam ser feitas. Iniciamos o ano, e hoje em novembro temos praticamente todas realizadas. A população pode ficar tranquila que esta situação está controlada. 

O diretor do Departamento de Recursos Hídricos do Estado, Fernando Meirelles, confirmou que esteve em Pelotas e sinalizou que o relatório é condizente com o ano de 2017. O diretor também atesta que, desde então, houve melhorias na barragem Santa Bárbara.

— Estive em Pelotas, sim, apontamos o que deveria ser mudado, e depois tivemos o retorno que esses reparos foram feitos pelo Sanep.

Segundo Meirelles, o Rio Grande do Sul é o Estado com o maior número de barragens do país. São mais de 7,4 mil, mas somente sete consideradas de grande porte. Cerca de 99% são privadas, afirma o diretor.





O levantamento da ANA é o segundo elaborado desde o rompimento da barragem de Fundão, em Mariana, Minas Gerais, considerado o maior desastre ambiental da história recente do país. Desde a tragédia, que provocou a morte de 19 pessoas, a agência aprimorou o acompanhamento de estruturas vulneráveis.


As 45 barragens com estrutura comprometida no país:

1-Prado (AL)
2-São Francisco (AL)
3-Piauí (AL)
4-Gulandim (AL)
5-Bosque IV (AL)
6-Canoas (AL)
7-Afligidos (BA)
8-Apertado (BA)
9-Araci (BA)
10-Cipó (BA)
11-Luiz Vieira (BA)
12-RS1 (BA)
13-RS2 (BA)
14-Tabua II (BA)
15-Zabumbão (BA)
16-Pinhões (BA)
17-Duas Bocas (ES)
18-Santa Julia (ES)
19-Alto Santa Júlia (ES)
20-Lajeado (MS)
21-Esteio (MS)
22-Cabeceira do Onça (MS)
23-Jucazinho (PE)
24-Juturnaíba (RJ)
25-Gericinó (RJ)




26-Barbosa de Baixo (RN)
27-Riacho do Meio (RN)
28-Capané (RS)
29-Santa Bárbara (RS)
30-Sindicalista Jaime Umbelino de Souza (SE)
31-Calumbi I (TO)
32-Calumbi II (TO)
33-Taboca (TO)
34-PA Destilaria (TO)
35-Jaburu I (CE)
36-Passagem das Traíras (RN)
37-Marechal Dutra (RN)
38-Calabouço (RN)
39-Americana (SP)
40-Pirapora (SP)
41-Barragem Mina Engenho (MG)
42-Barragem II Mina Engenho (MG)
43-Barragem B2 (MG)
44-Barragem B2 Auxiliar (MG)
45-Água Fria (MG)


Fonte: Gaucha ZH





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