Estudo revela que o 'cheirinho de vovó' começa aos 30 anos.



O odor característico de idosos permanece onde eles vivem e em espaços apertados que tenham ocupado recentemente, como táxis e elevadores – os japoneses têm até uma palavra para esse cheiro peculiar: kareishuu. 

Assim como os bebês, você notou que os avós têm um cheiro muito particular?

Um estudo recente realizado por pesquisadores da Espanha, deixou muito claro que o "aroma do vovô" não é porque a pessoa não toma banho, nem tem nada a ver com a alimentação, este aroma consiste em que a derme, a pele, começa a envelhecer a partir dos 30 anos de idade.





Porém, a verdade biológica sobre o odor continua incerta. Em um novo estudo, voluntários vendados o reconheceram ao cheirar roupas de idosos – mas, ao contrário do que possa parecer, o odor foi avaliado como “muito menos desconfortável e intenso que o de pessoas mais novas”. 

Em conjunto com pesquisas anteriores, as novas descobertas sugerem que humanos mantêm uma habilidade latente de medir a idade de alguém com base em seu cheiro, um comportamento que do ponto de vista evolutivo pode estar ligado ao reconhecimento de doentes.

Johan Lundström, do Centro de Sentidos Químicos Monell, estuda odores corporais de humanos e outros animais e tenta entender como o cérebro responde a cheiros. Durante uma palestra científica em um centro de cuidado a idosos, Lundström percebeu que o local tinha o mesmo cheiro da casa de repouso que sua mãe administrava. Talvez o cheiro realmente emanasse dos residentes. Então Lundström decidiu testar se o cheiro informa às pessoas como avaliar idade.

Durante a pesquisa, Lundström e seus colegas colocaram almofadas axilares em camisetas e pediram que voluntários de diferentes idades dormissem com elas por cinco noites consecutivas. Os 44 voluntários foram divididos em três grupos: oito mulheres e oito homens entre 20 e 30 anos (os jovens); o mesmo número de homens e mulheres entre 45 e 55 anos (meia-idade); e seis mulheres e seis homens entre 75 e 95 anos (idosos). Durante o dia os voluntários guardaram as camisetas em sacos plásticos selados, tomaram banho com xampus e sabonetes sem cheiro e evitaram comidas condimentadas, cigarros e álcool.





Depois da quinta noite, Lundström e sua equipe coletaram e guardaram as almofadas suadas, colocando quatro segmentos de cada faixa etária em recipientes diferentes. Em seguida, um grupo diferente de 41 jovens vendados cheirou os recipientes, avaliando a intensidade e a agradabilidade do odor. Às vezes os voluntários tinham que dizer qual, entre dois odores, provavelmente era de um participante mais velho. Em outras ocasiões os voluntários precisavam rotular os recipientes como “jovem”, “meia-idade” ou “idoso”.  

As avaliações cegas revelaram que os voluntários consideravam o odor dos idosos menos intenso e menos desagradável do que o de pessoas jovens e de meia-idade. O cheiro de homens de meia-idade foi considerado o mais desagradável, enquanto o de  mulheres da mesma faixa etária foi eleito o mais agradável e o de homens idosos o menos intenso.

Quando compararam diferentes faixas etárias, os participantes reconheceram que os odores eram distintos, mas não foram muito bons em decidir qual cheiro vinha de pessoas mais velhas. Ao tentar rotular os recipientes, os voluntários não conseguiram identificar corretamente o odor de jovens e pessoas de meia-idade, mas tiveram sucesso em identificar os de idoso, reconhecendo o odor quase instantaneamente.

Juntas, as evidências indicam que as pessoas reconhecem o “cheiro de idoso” não pela intensidade, mas por ser único se comparado ao odor corporal de pessoas mais jovens. “Acredito ser verdade que pessoas mais velhas tenham um odor característico”, declara Lundström, “mas a ideia de que esse cheiro seja negativo pode ser, em grande parte, um estigma social”. 





Os pesquisadores ressaltam que, aos 30 anos, a derme começa a envelhecer.

Estando perto de atingir essa idade, o corpo começa a fazer uma espécie de transição na qual não tem mais o mesmo colágeno ou antioxidante do que quando tinha 15 anos, é por isso que o cheiro do vovô vai tomando conta do corpo, não importa que você banhe mil vezes a cada dia e esculpir seu corpo com força, o cheiro não vai desaparecer e isso por causa de uma molécula que está em nosso corpo e se desenvolve a partir dessa idade.

Pesquisadores dizem que ter essa molécula quando você é jovem, não afeta o mínimo, mas eles enfatizam que a partir de 30 e 40 isso começa a se multiplicar e o odor que sai não é coberto mesmo com o melhor desodorante ou perfume.

Um estudo anterior descobriu que quando comparadas a pessoas com idades entre 25 e 40 anos, pessoas com mais de 40 tinham níveis mais altos de um composto aromático orgânico conhecido como 2-nonenal em seu suor e em sua pele. O químico, que os pesquisadores descreveram como tendo um “odor gramíneo e oleoso”, pode ser a explicação biológica de por que pessoas mais velhas têm um cheiro característico. O composto foi ligado também ao cheiro de pepino e cerveja envelhecida, que não são desagradáveis para a maioria das pessoas. Outros compararam o cheiro de idosos ao de livros velhos.





Se comparados a muitos outros animais, os humanos têm um senso olfativo péssimo. Determinar exatamente como as pessoas mudam seu comportamento com base nos cheiros – ou possivelmente feromônios – uns dos outros tem desafiado cientistas. Ainda assim, algumas evidências sugerem que a comunicação química sutil, mesmo que inconsciente, ajuda as pessoas a reconhecer familiares, altera os ciclos reprodutivos das mulheres e torna mais fácil criar empatia. As descobertas foram publicadas em 30 de maio pela PLoS ONE.

Seria bom começar a cuidar de nós, mesmo quando não chegarmos a 30 ou senão, vamos nos resignar a dizer bem-vindo ao cheiro do vovô!


A versão original foi publicada em http://www.nature.com/news/old-person-smell-is-real-but-not-necessarily-offensive-1.10763.

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