Obesidade mata mais do que acidente de carro, terrorismo e Alzheimer.



Obesidade mata mais do que acidente de carro, terrorismo e Alzheimer.

Estudo publicado no New England Journal of Medicine estima que atualmente 10% da população global seja obesa.

A obesidade já se tornou um fenômeno global, que marca presença em vários cantos do mundo — seja nos países ricos, seja nos mais pobres. Esta é a principal conclusão de um novo estudo publicado no New England Journal of Medicine. O estudo, conduzido por um grupo global de pesquisadores financiados pela Fundação Bill e Melinda Gates, estima que atualmente 10% da população global seja obesa. Na prática? Um total de 107,7 milhões de crianças e 603,7 milhões de adultos. 





O estudo traz análises globais em um espectro nunca antes apresentado, segundo a Vox. Os pesquisadores combinaram o que diz a literatura médica sobre a doença, bancos de dados populacionais e obesidade de 195 países. Desde 1980, na obesidade dobrou em 70 países analisados. A Vox separou as cinco principais conclusões. Confira abaixo: 

A falta de exercício não é a razão principal 

A falta de prática de exercícios físicos, bem como a alta ingestão de calorias, sempre tiveram o mesmo peso quando se fala sobre o que leva à obesidade. Mas elas não devem ser vistas assim, segundo os pesquisadores. Eles perceberam que o nível de prática dos exercícios físicos começou a cair antes do nível de obesidade aumentar — o que dá mais peso à alimentação e como as pessoas mudaram seus hábitos ao comer como causas da obesidade. 

Ao longo das últimas décadas, gigantes empresas de alimentação, como redes de fast-food, levaram suas comidas mais baratas, calóricas, com baixo índice de nutrientes e muito açúcar a várias partes do mundo. Venderam os produtos a preços acessíveis — muitas vezes, muito mais baratos do que as opções consideradas mais saudáveis, como frutas e vegetais. 

"O aumento da disponibilidade, do acesso fácil a essas comidas calóricas — associado a um intenso marketing no entorno delas — poderia explicar o excesso de energia ingerida e o ganho de peso em populações em diversos países", escreveram os pesquisadores. 





O balanço que acabou sendo feito é que a prática de exercícios poderia, de certa forma, "compensar" a ingestão desses novos tipos de alimentos. Os pesquisadores, contudo, defendem que esta é uma interpretação errada. "Há várias motivações e boas razões para praticar exercício em nome da saúde. Mas, se você quer perder peso, o grande foco precisa ser na alimentação. É preciso cortar parte daquilo que você está comendo", diz Diana Thomas, pesquisadora sobre obesidade da Montclair State University. 

Obesidade foi a causa de 7% das mortes globais em 2015.

Ter um corpo obeso já algo comumente associado a diversas doenças, como diabetes, problemas cardiovasculares, no rim e diversos tipos de câncer. Com a obesidade aumentado, essa questão ganha escala global. Pesquisadores apontaram que 4 milhões de pessoas morreram em 2015 em função do sobrepeso — ou, 7% de todas as mortes. O número é expressivo por ser maior do que as mortes causadas por acidente de carro, Alzheimer e terrorismo somadas. A maior predominância da obesidade está nas mulheres de 50 a 64 anos. Nos homens, o sobrepeso é maior entre 35 e 50 anos. 

Obesidade infantil cresce mais rápido do que nos adultos 





A obesidade infantil é menos frequente, mas sua taxa de incidência vem crescendo mais rápido do que nos adultos em vários países, segundo a pesquisa. Considerando os 20 países mais populosos, os EUA tem o pior índice de obesidade infantil (13% das crianças americanas são obesas). O Egito tem a pior taxa de obesidade adulta — 35% dos egípcios adultos são obesos. 

Avanços médicos têm ajudado a reduzir índices de obesidades nos países riscos.

Uma das conclusões do estudo é que não há uma ligação entre o aumento do índice de obesidade e o peso que as doenças tem na causa das mortes das pessoas em países ricos. A taxa de mortalidade associada à obesidade vem caindo nos últimos 20 anos. E a explicação para este fato não é, segundo os pesquisadores, que a obesidade ficou menos danosa à saúde. Deve-se aos avanços médicos que tem auxiliado as pessoas a medir melhor a pressão sanguínea e conseguir acompanhar e ter sob controle problemas cardiovasculares. 






O problema é que esses novos avanços não estão disponíveis a todos — os países em desenvolvimento, por exemplo, veem suas taxas de obesidade aumentar ano a ano. No Brasil, os dados mais recentes sobre obesidade foram levantados pela Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), realizada pelo Ministério da Saúde em parceria ao IBGE e divulgada em 2015. Os dados demonstram que 56,9% dos brasileiros com 18 anos ou mais estão acima do peso, o que representa 82 milhões de pessoas.

Há países com baixo índice de obesidade, sim 

A pesquisa não apontou nenhum país que tem realizado esforços de peso para cortar a obesidade. Mas mencionou países que têm conseguido manter o índice baixo. A prevalência de obesidade entre adultos é baixa no Vietnã — um país considerado em desenvolvimento — e baixa nas crianças de Bangladesh, considerado um país pobre mas onde apenas 1% da população é obesa. 

Pesquisadores afirmaram que é preciso estudar esses países para ver de que forma eles podem inspirar países ricos a diminuírem seus índices. 

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